O Bolsa Família, um dos programas sociais mais importantes do Brasil, entra em uma nova fase a partir de junho. Criado para oferecer apoio direto às famílias que mais precisam, o programa ou por uma atualização nas regras — e isso pode afetar diretamente quem depende desse auxílio para manter a casa em ordem e colocar comida na mesa.
Se você é beneficiário ou acompanha alguém que recebe o Bolsa Família, é essencial entender o que está mudando, por que essas mudanças foram feitas e o que fazer para continuar recebendo o benefício de forma segura.
O que muda no Bolsa Família a partir de junho?
A principal mudança diz respeito à Regra de Proteção, que serve como uma espécie de rede de segurança para famílias que começam a melhorar de vida. Em vez de perder o benefício de forma imediata quando a renda aumenta, o programa permite uma transição gradual.
A partir do dia 12 de junho de 2025, as novas regras entram em vigor para quem ingressar na Regra de Proteção a partir desse mês. A proposta é tornar o programa mais justo e sustentável, focando em quem realmente está em situação de vulnerabilidade, mas sem punir quem está tentando sair dela.
Como essa nova regra vai funcionar?
Famílias que arem a ter uma renda por pessoa superior ao limite de entrada no programa (que é de R$ 218 por integrante) e que chegarem até R$ 706 por pessoa, poderão continuar recebendo o Bolsa Família por até 12 meses, com 50% do valor que teriam direito normalmente.
Por exemplo: se a sua família receberia R$ 600 pelo programa, mas teve a renda aumentada por conta de um novo trabalho ou um bico com carteira assinada, vocês ainda poderão receber R$ 300 por mês por um ano. Isso dá um tempo necessário para organizar as finanças e se adaptar à nova realidade.
E quem já recebe aposentadoria, pensão ou BPC?
Para essas famílias, a permanência no programa será mais curta: até dois meses. Isso porque já existe outra forma de apoio garantida pelo governo — como a aposentadoria ou o BPC —, o que garante um mínimo de estabilidade financeira. No caso das famílias com beneficiários do BPC, a Regra de Proteção continua válida por até 12 meses.
Essas mudanças consideram a realidade de cada família, buscando equilibrar apoio social com responsabilidade no uso dos recursos públicos.
Imagem: Agência Brasil
E se a sua renda voltar a cair?
Se a sua família já está na Regra de Proteção desde antes de junho de 2025, fique tranquilo: você continua com direito aos 24 meses de proteção, como previa a regra anterior. Agora, se a renda da família cair novamente e voltar a se encaixar nos critérios do programa, o valor completo do Bolsa Família será retomado automaticamente.
Além disso, existe o chamado Retorno Garantido: caso sua família saia do programa depois da transição e enfrente nova dificuldade financeira, será possível reativar o Bolsa Família por até 36 meses. Isso evita que uma melhora temporária acabe se tornando um problema lá na frente.
Por que o governo fez essa mudança?
A lógica por trás da nova Regra de Proteção é simples e muito justa: nem sempre conseguir um emprego significa que a pobreza foi superada. A estabilidade leva tempo. E o governo reconhece isso.
Como explicou Eliane Aquino, secretária nacional de Renda de Cidadania do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS), a medida busca dar tranquilidade para quem está em processo de transição.
“Ao fixar o novo prazo em 12 meses, garantimos que essas famílias tenham tempo suficiente para ar o seguro-desemprego e outros direitos da seguridade social, sem ficarem desprotegidas”, disse.
O que você deve fazer agora?
Se sua renda aumentou e você se encaixa nessa nova faixa, fique atento ao Cadastro Único. Mantenha seus dados sempre atualizados e, se houver qualquer mudança na composição familiar ou na renda, informe imediatamente ao CRAS do seu município.
Esse cuidado é essencial para garantir que você continue dentro das regras do Bolsa Família e aproveite todos os seus direitos — inclusive os períodos de transição.
Ainda com dúvidas? O vídeo abaixo mostra como a Regra de Proteção funciona na prática.