Os motoristas do país acabaram de receber uma péssima notícia. De acordo com o levantamento semanal realizado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a gasolina e o etanol ficaram mais caros na semana ada, após quatro semanas seguidas de queda.
No caso da gasolina, o preço teve uma forte alta de 4% em relação à semana anterior. Com isso, o preço médio do combustível fóssil disparou de R$ 5,21 para R$ 5,42, uma elevação de 21 centavos. Esse é o maior valor em três semanas, ou seja, os motoristas tiveram que pagar mais caro para abastecer seus veículos com gasolina.
A ANP revelou que o maior preço encontrado nos postos do país foi de R$ 7. Isso quer dizer que, apesar de o valor médio nacional da gasolina ter sido de R$ 5,42, houve estabelecimentos que comercializaram o litro do combustível a um preço 29% maior que a média do país.
Da mesma forma, o etanol hidratado também ficou mais caro na semana ada. No entanto, a alta no preço do biocombustível foi bem mais leve que a da gasolina, de apenas 0,79%. Essa elevação correspondeu a apenas três centavos, com o valor médio do etanol subindo de R$ 3,77 para R$ 3,80.
Em resumo, o preço mais elevado encontrado nos postos pela ANP foi de R$ 5,99, superando em 57,6% a média nacional. Isso mostra que os valores do etanol têm uma variação bem mais expressiva que a gasolina.
Aliás, o etanol geralmente acompanha as variações da gasolina, visto que não há regulação dos preços do biocombustível no país. Assim, as variações do etanol são definidas pela razão entre oferta e procura, oscilando, principalmente, conforme às variações nos preços da gasolina, sua concorrente nas bombas.
Diesel fica mais barato pela 18ª semana
Embora a gasolina e o etanol tenham ficado mais caros na semana ada, o diesel seguiu o caminho inverso. Em suma, os motoristas do país que utilizam óleo diesel comemoraram a queda no preço do combustível pela 18ª semana consecutiva.
A ANP revelou que o preço médio do litro do diesel caiu 0,39%, ando de R$ 5,10 para R$ 5,08. A queda de dois centavos pode parecer pequena, mas animou os motoristas, que ainda torcem por novas reduções nas próximas semanas.
Na semana ada, o maior valor encontrado pela ANP nos postos do país foi de R$ 7,10. Esse preço superou em 39,8% o valor médio nacional, pesando de maneira mais intensa no bolso dos motoristas.
Nas últimas 18 semanas, o preço do diesel caiu 20,5% no país. Em valores reais, a redução foi de R$ 1,31 no período, uma vez que o combustível estava sendo comercializado a R$ 6,39 nos postos na semana de 29 de janeiro a 4 de fevereiro, último período de alta no preço do diesel.
Entenda por que os combustíveis ficaram mais caros
A elevação nos preços da gasolina e do etanol já era esperada pelos motoristas. Em síntese, isso aconteceu devido à mudança aprovada pelo Ministério da Fazenda em relação ao ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que incide sobre os combustíveis.
Até o dia 31 de maio, os estados brasileiros determinavam qual seria a alíquota do tributo que iria incidir sobre a gasolina. No entanto, desde o dia 1º de junho, o imposto ou a cobrar uma taxa única, que não é mais em percentual, mas agora é em real. A saber, o ICMS sobre a gasolina ou a corresponder a R$ 1,22 por litro do combustível.
Essa mudança na cobrança do ICMS foi muito ruim para os consumidores, pois o preço dos combustíveis ficou mais alto nas bombas da maioria dos estados brasileiros.
Inclusive, a expectativa era que o preço da gasolina só iria cair em três estados: Alagoas, Amazonas e Piauí. Isso porque a alíquota do ICMS cobrada nestes locais superava R$ 1,22, ou seja, a unificação do tributo reduziria o seu valor.
Contudo, nas 24 UFs restantes, a expectativa era que o preço da gasolina voltaria a subir. A atualização do levantamento da ANP, com dados sobre as unidades federativas (UFs), deverá sair nesta quarta-feira (14), revelando em quais lugares os motoristas tiveram que pagar mais caro pelos combustíveis.
Cabe salientar que, segundo cálculos de analistas, os motoristas do país só não deverão sentir a alta nos preços da gasolina se a Petrobras promover mais um reajuste. Em resumo, a companhia reduziu em 12,6% o preço da gasolina vendida para as distribuidoras.
Entretanto, a estatal precisa reduzir em 14% o valor da gasolina para que a alta do ICMS não pese no bolso dos motoristas. Resta saber se isso realmente acontecerá.