Cerca de quarenta estados norte-americanos entraram com um processo contra a Meta, empresa dona do Facebook e Instagram. A princípio, a acusação é a de que as duas redes sociais prejudicam a saúde física e mental dos jovens. Um documento foi apresentado na última terça-feira (24/10) em um tribunal da Califórnia.
Os procuradores-gerais dos estados dos EUA, que entraram com a ação contra a Meta, afirmam que a empresa utilizou de tecnologias poderosas e sem precedentes, com o objetivo principal de atrair e prender jovens e adolescentes, em busca de obter lucro. Essas ações poderiam prejudicar essas pessoas de inúmeras maneiras.
Vale ressaltar que os estados que apresentaram a ação contra a Meta são governados tanto por Republicanos, quanto por Democratas. Eles afirmam que a empresa ocultou a maneira como essas plataformas exploram e manipulam seus consumidores mais mais vulneráveis, ou seja, jovens e adolescentes.
Analogamente, segundo os procuradores-gerais, a Meta negligenciou o dano considerável que essas plataformas causaram à saúde mental e física dos jovens norte-americanos. Deve-se observar que essa ação legal é uma consequência de investigações que tiveram início no ano de 2021, por autoridades do país.
Processo contra a Meta
Ademais, essa investigação procurou entender os métodos que, tanto o Facebook, quanto o Instagram utilizam, considerados viciantes pelas autoridades dos Estados Unidos. Uma funcionária do Facebook fez uma denúncia sobre as práticas da Meta. Os procuradores-gerais dos EUA decidiram então agir.
Neste sentido, s Haugen, engenheira de computação, liberou cerca de 20 mil páginas de documentos internos da Meta. Ela fez uma denúncia em inúmeros países, incluindo os Estados Unidos, que suas plataformas, Facebook e Instagram, priorizavam o lucro em suas ações, acima da segurança de seus usuários.
Desse modo, a ação dos estados norte-americanos contra a Meta, movida na última terça-feira, além de acusar a empresa de prejudicar os jovens do país, também apresentaram a acusação de que a empresa violou a Lei de Privacidade Infantil. Eles solicitaram aos tribunais o fim de suas práticas e o pagamento de multas.
Ademais, a Meta não se pronunciou sobre o caso. Esse confronto entre os procuradores-gerais dos estados norte-americano contra as companhias consideradas gigantes da tecnologia é bastante comum e vem acontecendo já há algum tempo. São questões como o monopólio e a proteção de informações individuais.
Ação inédita contra a gigante da tecnologia
Esse é um processo inédito nos Estados Unidos, onde 33 unidades da federação formaram um grupo para entrar com uma ação judicial contra a Meta, empresa do bilionário Mark Zuckerberg. A afirmação neste caso, é a de que tanto o Facebook, quanto o Instagram, provocaram uma crise de saúde mental juvenil nos EUA.
Dessa maneira, de acordo com o processo apresentado em um tribunal federal no estado da Califórnia, a Meta supostamente enganou seu público. Isso se deve ao fato de que a empresa escondeu os potenciais perigos à saúde mental das suas redes sociais para crianças e adolescentes, tornando prioritário, o seu lucro.
O documento apresentado ao tribunal, na ação contra a Meta, diz que, “os processos destacam o suposto conhecimento da Meta de que o engajamento nas redes sociais, particularmente por meio de recursos como “curtidas”, desencadeia respostas viciantes em usuários jovens devido ao prazer relacionado à dopamina”.
De fato, são várias as acusações contra a Meta. Podemos citar também as tentativas da empresa de levar suas práticas, consideradas nocivas, do Facebook e Instagram, para outras de suas plataformas, como o Whatsapp, Messenger e o Horizon World. O documento defende que a Meta afetou as realidades psicológicas e sociais dos jovens.
Estados dos EUA contra a Meta
Segundo o documento apresentado no tribunal da Califórnia contra a Meta, “as plataformas são acusadas de maximizar o tempo de tela de crianças e adolescentes por meio de recursos psicologicamente manipuladores, levando a resultados prejudiciais como depressão, ansiedade, insônia e interferência na educação”.
Em conclusão, os representantes dos estados norte-americanos também afirmam que a Meta usa táticas consideradas enganosas, para poder afirmar que seus produtos são seguros. Enfim, é importante mencionar que atualmente, nos Estados Unidos, cerca de 62% dos adolescentes entre 13 e 17 anos utilizam o Instagram.