O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quarta-feira (12) que o Governo Federal está trabalhando na edição de um novo programa. Mesmo sem dar mais detalhes, o petista disse que está em conversa com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) para abertura de crédito para a compra de eletrodomésticos.
Segundo informações do Palácio do Planalto, a ideia é oferecer o crédito para baratear os produtos da chamada linha branca. Poderiam ter redução dos valores itens como refrigeradores, freezers verticais e horizontais, condicionadores de ar, lavadoras de louças, lavadoras de roupa, secadoras e fornos de microondas, por exemplo.
“Até falei com Alckmin, que tal a gente fazer uma aberturazinha de novo para a linha branca. Facilitar a compra de geladeira, televisão, máquina de lavar roupa. As pessoas, de quando em quando, precisam trocar os seus utensílios domésticos”, disse o presidente em discurso.
“Quando a geladeira velha tá batendo, não está gelando a cerveja bem e tá gastando muita energia. Se está caro, vamos baratear, vamos encontrar um jeito. Simone (Tebet), você e o Aloizio (Mercadante) abram a mão um pouquinho para facilitar a vida desse povo que quer ter o as coisas”, continuou.
A declaração de Lula foi dada durante um evento no Palácio do Planalto na manhã desta quarta-feira (12). Na solenidade, foi feita a entrega da Ordem Nacional do Mérito Científico e também foi feito o anúncio da retomada do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), que deixou de existir durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Calma”
Depois do evento, no entanto, a Ministra do Planejamento, Simone Tebet pediu calma em relação ao assunto e disse que ainda não há nenhum projeto sobre créditos para a linha branca em discussão na área econômica do Governo Federal.
Contudo, este discurso é semelhante ao que foi usado pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) quando o Governo anunciou a MP do carro popular. Inicialmente, ele disse que não existia nenhum projeto como este em discussão, mas o presidente Lula fez pressão e o programa teve que sair do papel.
Carro popular
A intenção de aplicar crédito para o barateamento da linha branca está sendo anunciada apenas alguns dias depois da conclusão do projeto de barateamento do carro popular, que perdurou no decorrer do último mês de junho. Números oficiais mostram que o projeto ajudou a aumentar a venda de veículos novos e usados no Brasil.
O Governo Federal liberou R$ 500 milhões para os pagamentos de contribuições tributárias para o programa de barateamento do carro popular, e todo o dinheiro já foi usado pelas montadoras.
Além disso, a redução dos preços também ajudou a puxar para baixo os índices da inflação, que no último mês de junho registrou deflação pela primeira vez em sete meses, segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no início desta semana.
Lula disse que o Governo Federal precisa fomentar o consumo das pessoas sempre que possível, desde que as liberações sejam feitas de maneira responsável do ponto de vista fiscal.
Lula e a data do Desenrola
No mesmo evento, o presidente Lula também falou sobre o Desenrola. De acordo com ele, a ideia do Governo é anunciar o projeto dentro de mais alguns dias.
“E o Desenrola tem que dar certo, porque se não dar certo quem vai estar enrolado somos nós, Simone (Tebet)”, afirmou o presidente à ministra do Planejamento e Orçamento.
“Vamos ter que fazer esse Desenrola para tentar ajudar os 72% da população brasileira que estão endividadas. Que tem divida até R$ 5 mil, de R$ 1 mil reais, de R$ 250, de R$ 500 e que estão penduradas no Serasa”, acrescentou Lula.
