O governo federal voltou a investir em uma das frentes mais simbólicas de inclusão no ensino superior: os cursinhos populares. Após 17 anos de inatividade, o programa Diversidade na Universidade foi reativado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e começa a operar novamente a partir do segundo semestre de 2025.
A iniciativa tem como foco ampliar o o de estudantes em situação de vulnerabilidade social às universidades públicas.
Com um orçamento inicial de R$ 24,8 milhões, o programa prevê rees diretos a entidades que oferecem cursinhos preparatórios gratuitos.
Como vai funcionar
De acordo com as informações do governo federal, 130 entidades foram selecionadas em todo o Brasil.
Cada entidade receberá R$ 163 mil por turma, com até 40 alunos. Os recursos cobrem:
- Material didático gratuito.
- Formação de professores.
- Bolsa de R$ 200 mensais para cada aluno, durante seis meses (julho a dezembro).
- Apoio financeiro à equipe pedagógica por sete meses (a partir de junho).
A bolsa é destinada a alunos de escolas públicas, com renda familiar per capita de até um salário mínimo (R$ 1.518), além de incluir negros, indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência e jovens adultos em situação de vulnerabilidade.
Como o programa funcionava
O programa havia sido criado em 2002, mas os rees foram interrompidos em 2007. Em março de 2025, Lula assinou um novo decreto que reformula as diretrizes e estabelece o retorno do apoio oficial.
Zara Figueiredo, secretária da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi), órgão do MEC responsável pela iniciativa, explica que a medida busca valorizar o trabalho dos cursinhos populares, que, mesmo sem apoio estatal, continuaram funcionando.
“Esses cursinhos historicamente resistiram e ajudaram milhares de jovens a sonhar com uma vaga na universidade. Agora queremos reconhecer e fortalecer essa trajetória”, disse Zara.
Programa pode ser ampliado
Segundo a secretária, 401 entidades apresentaram propostas ao MEC. O governo ainda analisa a possibilidade de ampliar os recursos e atender mais projetos até o fim do ano.
“O ministro Camilo Santana está tentando abrir espaço no orçamento para que possamos triplicar o número de cursinhos atendidos ainda este ano”, afirmou.
Escola Nacional de Cursinhos
Outro plano em desenvolvimento é a criação da Escola Nacional de Cursinhos Populares, que vai oferecer apoio técnico e pedagógico para novas iniciativas, especialmente aquelas que ainda não têm estrutura formal, como CNPJ ou plano de ensino definido.
A proposta é ajudar esses grupos a se organizarem, elaborarem seus projetos e participarem de editais futuros, além de evitar a evasão escolar e fortalecer o impacto do ensino popular no país.
Inscrições para o Enem
As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 já começaram e seguem até o dia 6 de junho. O cadastro deve ser feito exclusivamente pela Página do Participante, e a taxa de inscrição custa R$ 85, podendo ser paga até 11 de junho por boleto bancário, PIX ou cartão de crédito.
Uma das novidades desta edição é que alunos que estão concluindo o ensino médio em escolas públicas terão pré-candidatura automática. Mesmo assim, é necessário ar a plataforma para confirmar os dados e efetivar a inscrição.
O Enem é o maior vestibular do país. Ele funciona atualmente como a principal porta de entrada para o ensino superior no país, seja em instituições públicas ou mesmo privadas.
Vale lembrar, por exemplo, que o Enem serve de base para a concessão de bolsas em universidades. Programas como Prouni, Sisu e Fies levam em consideração a nota alcançada pelo estudante.
Nos últimos anos, o Enem ou por diversos governos diferentes, mas conseguiu manter basicamente o mesmo formato de vestibular. É importante destacar que, durante todo esse tempo, as faculdades e universidades tiveram autonomia para usar a nota do exame da maneira que desejassem.